A autoavaliação institucional é ação prioritária na Universidade de Brasília. O modelo de autoavaliação institucional da UnB para 2018-2022 contempla ações que objetivam a análise sistemática da qualidade acadêmica e administrativa da Instituição, tendo como base os princípios e diretrizes definidas no Projeto Político Pedagógico Institucional (PPPI) e PDI e considerando a missão e o planejamento da Universidade como eixo norteador dos processos de avaliação interna e externa da Universidade. 
 

A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UnB produz relatórios anuais de autoavaliação institucional da UnB, em um trabalho conjunto com as unidades acadêmicas e administrativas e a Administração Superior. Dezenas de seminários de autoavaliação foram realizados com faculdades e institutos ao longo do último quadriênio, sobretudo através do Programa AvaliaUnB, fomentando a cultura de avaliação institucional, refletindo sobre os indicadores acadêmicos e auxiliando os processos de avaliação interna e externa. 


O Decanato de Pós-Graduação realizou em outubro de 2019, com a participação da CAPES, o 4o Seminário de Avaliação dos Programas de Pós- Graduação da UnB, que orientou um processo formativo constante de autoavaliação institucional. Os resultados da autoavaliação do programa contribuem para o planejamento estratégico do PPG e da unidade acadêmica. No ano de 2020, considerando o cenário da pandemia não foi realizada a 5a edição do seminário. 
Os resultados do processo de autoavaliação internos do PPGODT serão apresentado em duas partes. A primeira leva em consideração as instruções da Portaria CAPES 148/2018 que implanta uma sistemática de autoavaliação no âmbito dos programas de pós-graduação. Este processo iniciou-se em 2019, quando um questionário foi disponibilizado on-line, estando garantido o sigilo e anonimato dos respondentes,  para o corpo discente, docente e servidores. O mesmo instrumento online foi enviado em 2020 e é relatado em detalhes abaixo. A segunda parte leva em consideração a formação discente e produção intelectual.

 
Parte 1:
Uma breve descrição dos dados nos mostra que os estudantes (n=44) compuseram 71% dos respondentes (n=62), sendo a participação de docentes (n=17) alta e reduzida a de servidores técnico-administrativos. A maioria dos estudantes respondentes ingressou no semestre em curso (2020/2), o que resultou em grande parte das respostas como “não sei opinar”. Com respeito aos quesitos apontados pelos respondentes, em relação ao programa em si, a melhor característica apontada foi a qualidade do corpo docente, seguida do retorno efetivo das demandas à coordenação. Dos tópicos apresentados, que avaliavam a organização administrativa e pedagógica do Programa, a opção “muito bom” foi escolhida 38 vezes, “bom” 21 vezes e “regular” apenas 2 vezes. Para os respondentes, a infraestrutura didática e de “pesquisa foi avaliada majoritariamente como “boa”. Tal resposta foi considerada positiva, uma vez que em 2020 atividades laboratoriais foram suspensas e as aulas teóricas foram ministradas de forma remota. 
Ao primeiro bloco de questões objetivas seguiu-se um espaço para comentários. Resumidamente foram mencionados os seguintes pontos: solicitações de mais disciplinas ministradas em inglês, mais disciplinas sobre publicação de artigos, padronização das plataformas de ensino e, principalmente, a disponibilização de um maior elenco de disciplinas. Nós tópicos específicos da matriz curricular o programa foi muito bem avaliado pela maioria dos respondentes, especialmente em relação à organicidade e homogeneização dos temas de pesquisas. Com uma avaliação mediana tivemos o tópico de oferta de atividades extracurriculares. No entanto, neste tópico, cabe considerar o período de exceção que vivemos pela pandemia de Covid-19, que impactou sobremaneira nas atividades de todos. Mas um destaque se faz necessário, em um dos comentários sobre esta parte do questionário: “Apesar da pandemia, o programa conseguiu manter o calendário e todas as atividades”. 
As críticas apontadas foram pontuais e revelaram algum tipo de dificuldade interpessoal, desaprovação de umas poucas disciplinas e uma citação acerca do processo de distribuição de bolsas. A falta de bolsas ou de investimento interno, ou de fomento, foi apontada por muitos, mas ressalta-se que este não é um problema específico do programa, mas dependente de políticas das agencias de fomento, como CAPES e CNPq. O PPGODT tinha em 2020 apenas 2 bolsas de mestrado e 4 de doutorado do programa de Demanda Social da CAPES. Quando questionados sobre os pontos fracos do Programa, as respostas apontaram para algumas limitações que, de maneira geral, são inerentes à falta de investimento Federal nas Universidades Públicas: infraestrutura de laboratórios, falta de fomento próprio e estrutura de Tecnologia de Informação. A falta de comprometimento discente foi mencionada nos comentários livres como ponto fraco, embora este quesito não possa ser generalizado. 
Quando as respostas foram dadas em uma escala (1 significa a resposta mais negativa/discordante e 5 a mais positiva/concordante), para avaliar a internacionalização do programa, o acompanhamento dos discentes, o fluxo de formação, o respeito e cumprimento dos prazos institucionais, as respostas foram na sua grande maioria positivas. Destaca-se, especialmente, a satisfação pessoal com o programa traduzida na disposição de indicar/recomendar o programa para outras pessoas, na qual 46 dos 62 respondentes cravaram a nota 5. 
Neste instrumento também foi previsto um espaço para que os respondentes pudessem se autoavaliar, mensurando seu comprometimento com o Programa. Novamente, a maioria (76%) se mostrou totalmente dedicada ao Programa. Um pequeno número (21%) mostrou uma dedicação/comprometimento parcial.
De maneira aberta foi perguntado sobre os pontos fortes do programa  e as respostas recaíram sobre a qualidade do corpo docente, que direcionam os estudantes para pesquisa, para o intercâmbio internacional, para o crescimento científico. 
Para finalizar, vale ressaltar que o tipo de instrumento usado neste processo de autoavaliação pode gerar respostas com algum grau de subjetividade, eventuais desarranjos semânticos e desejabilidade social. Porém, trata-se de um instrumento válido, especialmente por ser anônimo e público. De maneira geral, o Programa recebeu uma avaliação bastante satisfatória, sugestões valiosas e críticas pertinentes que contribuirão para o seu crescimento e consolidação como um programa de pós-graduação nuclear para a formação de recursos humanos na Região Centro-Oeste mas com foco na internacionalização.
 
Parte 2
Quanto à formação do discente, estes são avaliados em todas as disciplinas que participam. Além disso, atividades extracurriculares que são consideradas importantes como complementares aos assuntos ministrados, são de presença mandatório, como por exemplo, o curso sobre “Tipos e Instrumentos de Pesquisa" do Prof Heitor Marques Honório. Outra forma de se avaliar a formação discente, é por meio da análise da inserção destes como egressos. Apesar do número ainda restrito de egressos do PPGODT (23 em 2019 e outros 17 em 2020, todos nível Mestrado), pode-se observar que vários deles passaram em concursos públicos, como Professores em Instituições de Ensino provadas e/ou prosseguem seus estudos em cursos de Doutorado.
Em termos de publicação, embora o número de produtos e a qualidade deles tenha sido considerada satisfatória, observa-se que parte destes produtos está concentrada em alguns membros do corpo docente. Neste aspecto, entendemos que o fato de que parte dos professores serem jovens pesquisadores, influenciou neste resultado. O programa tem incentivado a aproximação entre docentes com mais experiência aos docentes mais jovens de forma a minimizar heterogeneidades. Acredita-se que, com as iminentes defesas de doutorado e a publicação de inúmeros produtos que estão em processo de submissão e/ou revisão das primeiras turmas de egressos, o PPGODT possa demonstrar, em números, os efeitos de sua preocupação com o crescimento conjunto dos seus corpos docente e discente. 
Com o final do quadriênio o programa realizará uma revisão de seus critérios de credenciamento, recredenciamento e descredenciamento, hoje pautados ainda por uma lógica focada no quantitativo de publicações em periódicos de maior impacto. Por ser um Programa que abrange as mais diversas áreas da Odontologia, espera-se que o Qualis Referência ajude a equilibrar algumas diferenças entre áreas, permitindo um critério único que equilibre produtividade e qualidade, sem deixar o Programa de ser inclusivo aos docentes e pesquisadores do DF com interesse, dedicação e afinco na atuação na pós-graduação. 
 
Considerações finais:
Com base no apontado acima, e tendo em vista o planejamento estratégico do curso, a Coordenação do Programa incentivará que mais docentes ministrem suas disciplinas em inglês. Uma ideia discutida no Colegiado do Programa é a de que o Professor que voltar de estágio fora do Brasil deverá ministrar parte da sua carga na Pós-graduação horária em inglês. Já há planejado seminários internacionais em língua inglesa para o ano de 2021 (acordo UnB/Leeds), atendendo a demandas da autoavaliação.
Como mencionado no relatório anterior, os alunos do PPGODT podem, além das disciplinas ofertadas pelo Programa, buscar inscreverem-se naquelas oferecidas por outros departamentos e Institutos. Esta opção será melhor divulgada. Importante apontar que várias disciplinas práticas (em laboratório ou clínica) não forma ofertadas em 2020 devido à pandemia. Com o tão esperado controle da pandemia e uma maior divulgação, espera-se responder às avaliações que demandaram por uma mais ampla lista de oferta de disciplinas.
Uma questão persistente de queixa refere-se ao número de bolsas e fomento para pesquisa. Neste quesito, o PPGODT e o DPG não pouparam esforços para garantir recursos básicos de pesquisa, disponibilizando em 2020 aproximadamente R$25.000,00 reais em recursos diretamente aos alunos do Programa. Vale destacar que, os poucos editais que foram lançados ao longo de 2020 por agências de fomento tinham, na sua maioria, como meta, estudos relacionados à temática do Coronavírus, o que é totalmente compreensível. Como resposta à Autoavaliação de 2020 foi constituída uma Comissão de Bolsas e Auxílios do PPGODT de forma a aprimorar a análise de processos de auxílios financeiros, distribuição e acompanhamento de bolsas. Uma nova Resolução com critérios para a distribuição de bolsas foi aprovada no Colegiado do PPGODT, considerando questões apontadas na autoavaliação e também reforçando às políticas de ações afirmativas da Universidade de Brasília, aprovadas em 2020 ( http://www.dpg.unb.br/index.php/acoes-afirmativas ).  
Ao compararmos os resultados da parte 1 do processo de autoavaliação de 2019 e 2020, percebemos uma consistência de resultados, já que em ambos os anos os mesmos aspectos, tanto considerando as fortalezas quanto as fraquezas do curso, foram apontados. Este é um resultado interessante, uma vez que em 2020, a maioria dos respondentes foi de alunos que iniciaram o curso recentemente. Reforça a necessidade de busca por corrigir as deficiências e também de informar claramente aos discentes e docentes das limitações da gestão do programa de atender certas demandas, pois foge a sua competência. Na busca por uma acompanhamento mais próximo dos estudantes e egressos e para aprimorar o importante processo de Autoavaliação do Programa foi nomeada pelo Colegiado uma "Comissão de acompanhamento de discentes, egressos e de autoavaliação”. 
Já em relação à parte 2 do processo de autoavaliação, o Programa deve estar atento à necessidade de se desenvolver ferramentas de avaliação que possam ser aplicadas às atividades realizadas de forma remota. Trata-se de um processo novo, no qual todos estamos aprendendo. Experiências positivas estão sendo compartilhadas entre docentes e as turmas em andamento no segundo semestre de atividades prioritariamente remotas já parecem apresentar menos contratempos. Finalmente, o PPGODT continuará estimulando trabalhos em parceria entre seus docentes, para que aqueles com maior experiência possam colaborar com os que estão ainda no início do processo de orientação, objetivando aumentar o número de produtos intelectuais, sem perder de vista a qualidade destes.