Fotos da sala do Centro de Memória do Curso da Enfermagem da UnB, localizada na Faculdade de Ciências da Saúde, Campus Darcy Ribeiro, durante o II Seminário de Pesquisa em História da Enfermagem da UnB, realizado em 16 de maio de 2019. 

 

 

 

 

Na década de 70 surge nas instituições públicas e privadas o interesse pela preservação da memória institucional. As universidades e faculdades são as primeiras instituições brasileiras a desenvolver projetos de recuperação e organização da sua memória institucional. Em um primeiro momento são criados centros de documentação e depois esses centros transformam-se em centros de memória. Os centros de memória têm como objetivo geral a preservação da história institucional e como objetivos secundários, a utilização como instrumento de gestão e organização institucional (LAURETTI, 2011).

Enquanto definição Lauretti cita que: “Os centros de memória são um equipamento cultural ou documental de uma organização, funcionando como um arquivo ampliado. Ocupam o lugar do arquivo tradicional e aumentam o seu alcance com historiografia produzida sobre os documentos que custodiam. Eles teriam estendido sua jurisdição para documentos não acumulados naturalmente, além de criar outros, para além das funções intrínsecas da organização, tais como análises, sistematizações e os registros de história oral. E a tendência seria reunir documentos síntese, mais próximos do centro de decisão institucional. Eles não substituem o arquivo da organização, mas se sobrepõem a ele ganhando a visibilidade de local de visitação”.

Assim tratar e conservar a memória institucional faz parte da atuação dos pesquisadores em História da Enfermagem, a qual vem conquistando espaço entre os enfermeiros brasileiros motivados pela importância do seu estudo para análise da atual realidade da profissão, entre outros fatores (LUCHESI et al, 2006).

Em meados dos anos de 1980, a temática veio ganhando impulso e consequente sensibilização dos profissionais envolvidos no ensino para a necessidade de estudos históricos e de pesquisadores voltados exclusivamente para a temática, contextualizando a evolução da profissão de forma crítica dentro de um espaço social(LUCHESI et al, 2006).

Contudo muitas são as barreiras para a constituição de acervos históricos e de preservação, sendo uma das principais as condições dos documentos que dão origem a grande parte destes estudos. Atualmente existem poucas as instituições que se preocupam em conservar documentos e outros materiais que retratem a História da Enfermagem (LUCHESI et al, 2006).

Frequentemente observa-se verdadeiros "tesouros" da história da enfermagem no Brasil abandonados em arquivos permanentes. Encontram-se, em muitos casos, registros com infestações, rasgados, apagados pelo tempo, quebradiços, entre outros problemas (LUCHESI et al, 2006).

Assim enfatiza-se a importância para a realização de pesquisas e projetos que favoreçam a manutenção da memória da história da enfermagem brasileira.

 

Referências:

  • LAURETTI CF. Centros de memória e arquivos históricos: semelhanças e diferenças / Carolina FilardoLauretti. – São Paulo: C.F. Lauretti, 2011. Trabalho de Conclusão de Curso – Departamento de Biblioteconomia e Documentação / Escola de Comunicações e Artes / USP,62 p.
  • LUCHESI LB, LOPES GT. História Oral. In T. OGUISSO, P. F. CAMPOS, & G. F. FREITAS, Pesquisa em História da Enfermagem (pp. 401-456). São Paulo: Manole, 2011.
  • LUCHESI LB,et al . Redescobrindo o Centro de Memória da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto: relato de experiência. Esc. Anna Nery,  Rio de Janeiro ,  v. 10, n. 3, p. 565-571,  dez.  2006 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452006000300029&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  09  jan.  2017.  http://dx.doi.org/10.1590/S1414-81452006000300029.

 

Texto elaborado por:  Wender Ferreira dos Santos (Acadêmico do Curso de Enfermagem da UnB), Andréa Mathes Faustino (Docente do Curso de Enfermagem da UnB) / 2017.